Apaixonada pelas artes cênicas e recém-formada em direito, eu ainda batalhava minha carreira de atriz quando consegui um trabalho na A.F. Cinema e Video. Eu queria um vaga na produção, mas consegui a de advogada e não tive dúvidas, agarrei aquela oportunidade com unhas e dentes! Na produtora participei dos filmes Através da Janela, Castelo Rá-Tim-Bum e Desmundo e fui logo mordida pelo “bichinho do cinema”.

Alguns anos e outros filmes depois, decidi me aventurar por outras bandas e me mudei para Londres, onde fiquei por 2 anos e meio experimentando novos caminhos, trabalhos e conhecendo pessoas, lugares e culturas… Que temporada boa!!! Quando voltei para o Brasil e para o cinema, entendi que eu não poderia mais só cuidar da parte jurídica, queria também vivenciar o dia-a-dia da produção.

Então tive a felicidade de participar da equipe de “Blindness” de Fernando Meirelles, onde conheci muita gente interessante! E como me abriu portas este filme! Mergulhei de vez na produção e daí para a executiva foi um pulo. Meu primeiro ”filho” foi Rosa Morena, de Carlos Oliveira, fruto de uma coprodução entre Brasil e Dinamarca. De lá para cá foram inúmeros projetos desenvolvidos e produzidos para produtoras como BossaNovaFilms, Sala12, Losbragas e Sentimental; que geraram longas como Cidade Cinza, São Silvestre, Astro, Artigas, Turn Off, A Viagem de Yoani, Fla x Flu e Surfar é coisa de Rico, além da série Eu Me Movo para o Sportv e o telefilme O Primeiro Bailarino para a HBO.

Atualmente, além de fazer parte desse coletivo com essas mulheres incríveis, dou aulas de produção e sou consultora de alguns laboratórios de audiovisual Brasil afora – descobri que ensinar me dá muito prazer! Também desenvolvo projetos pela minha produtora e recentemente tive a felicidade de rodar em Natal/RN aquele que será o primeiro longa pela AUN Filmes; “FENDAS”, de Carlos Segundo, diretor talentoso com quem tenho longa parceria no audiovisual.

Olhando para trás entendo que os diferentes caminhos, incluindo desvios, por onde passei, ajudaram a formar a profissional que eu sou e é uma delícia perceber que mesmo depois de 20 anos, a Sétima Arte continua me movendo e eu sigo me apaixonando por ela…